Sequência
Se sou forte, me fiz assim
Ainda que palavras tuas me desmoronem
E já não domine coisa alguma
Existem, dentro de mim
coisas em tua homenagem
Das quais me esqueço
Porém, elas se acendem
quando pisca a tua memória
quando ligações remotas, mortas
num breve curto
deixam ver finas faíscas
Mínimos lampejos de
dias passados e
horas de mimos a fio
Comendo, andando
Cantando e fazendo
tudo o que se podia fazer
Vivendo e amando
sem saber
Sequela
No fundo, sei que tenho saudade
É que prefiro não lembrar
lembrança que gera choro
-não só do tipo bom-
Choro de falta sentida
Choro de dor causada
e mais choro (de raiva) por saber
que ainda se chora saudades de quem muito magoou
Por estes simples motivos
e sentimentos embaralhados
a preferência é não lembrar
Mas do que resulta isso,
se não do amar e ser deixado? Ou
de tanto amar, deixar partir?
Sina
O que já foi levo comigo
Numa caixinha de gaveta
Que recheio, com folhas secas
pétalas murchas
e perfumes passados
Guardo pedacinhos
que se alimentam de esperanças
secretas
De tempos em tempos
Sei que alguns ventos
Me roubam estes segredos
para pousá-los nos teus ouvidos
É aí que nossa reflexão se encontra
e faz coro com um universo
que só deseja o retorno nosso
Conspiração tal que me faz segura e calma.
Que nos tempos certos
me conta da tua volta
se consumindo em fogo
e em entrega, sem traição.
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