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terça-feira, 6 de julho de 2010

Por que falar da chuva?

Que céus vermelhos
me trazem olhos carregados
no meio da noite
E pestanejam estrondos.
Olhos úmidos, um vale inundado

Que olhos vermelhos
pressentem nuvens densas
no meio de um escuro imenso
onde aquelas gotas brotam

Inicialmente carinhosas, até caridosas
mas que têm por gosto a união
de formações mais destrutivas
fenômeno devastador

No entanto, sem atingir objetos e outros alvos,
prevalece apenas meditação doída
que se certifica de esquecimentos constantes

(exceto quando ela vem, precipitada)
E traz consigo ponderação de verdades
julgamentos e sofrimentos

Que ela não corra, nem goteje
que de uma vez rasgue um céu manchado
arraste o que vier adiante
arranque qualquer raiz

Pois, com sorte, estarão todas definitivamente exterminadas
palavras há anos plantadas
insistentes em crescer sem cultivo
Tal qual erva daninha.

As poças formadas aos olhos refletem
tudo de uma alma
Ali boiam imagens respingadas de lama
que a chuva relembra
e também desfaz

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