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terça-feira, 2 de novembro de 2010

FORÇA sobre razão

Que zunido é esse que dá na cabeça? um badalo surdo, uma enxaqueca
Um coração louco, disparado, alarmado em batidas de exército
Se me encontro apenas sentado

O olho não fixa em ponto algum, pisca e treme em toda direção
Procura rumo, procura prumo.

Da boca que não pára e de dedos agitados,
saem pensamentos embolados mais preocupações
Responsabilidades. Ligações. Nervos

Sobra vontade - de correção, de aplicá-la
Me forço o maxilar, mordo os próprios dentes

Estimulantes, cafeína, químicas e um relógio
Me aprontam para explodir. Vomito xingamentos
e outras opções.

Deu a hora e esperei, calmo de porta aberta. Ainda o caminho está livre
só que agora por falta de porta, que com tanta força eu quebrei, no fechar.

Espaço físico - livre
No mental - ninguém cabe
e emocional, aconselho: não entre quem não busca se esmagar

O que eu quero, o que eu sei é de mim
o resto não importa. Ela? não importa.

Egoísta? Sou mesmo e daí.

*Nota de rodapé - De que serve então a força e a brutalidade sem qualquer estratégia, sem uma gota de razão? Só traduz virilidade em ignorancia e cegueira. Ou seja, muita burrice acumulada mesmo.

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